'Ainda tenho uns R$ 7 milhões na conta, fiquem tranquilos', avisa Bolsonaro sobre doações via Pix
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (22) que ainda possui cerca de R$ 7 milhões em sua conta bancária, fruto de doações recebidas via Pix. A declaração foi feita em tom descontraído durante um evento com apoiadores e repercutiu nas redes sociais.
Bolsonaro iniciou uma campanha de arrecadação por meio de transferências eletrônicas para custear suas multas eleitorais e honorários advocatícios. Segundo informações divulgadas por sua equipe, ao todo, o ex-presidente recebeu aproximadamente R$ 17 milhões em doações.
A arrecadação ocorreu após Bolsonaro ser condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à inelegibilidade até 2030, além de enfrentar diversas outras ações na Justiça. Diante das despesas com sua defesa, a campanha de financiamento coletivo mobilizou apoiadores em todo o Brasil.
Durante sua fala, Bolsonaro fez questão de agradecer os doadores e afirmou que está utilizando os recursos conforme o planejado. "Agradeço a todos que contribuíram. Já pagamos algumas multas, outras despesas, mas fiquem tranquilos, ainda tenho uns R$ 7 milhões na conta", disse o ex-presidente.
A transparência na utilização dos valores arrecadados tem sido alvo de questionamentos por parte da oposição e de entidades que fiscalizam o uso de recursos públicos e privados por agentes políticos. Parlamentares de partidos adversários sugeriram que o Ministério Público e a Justiça Eleitoral acompanhem de perto o destino das doações.
Apoiadores de Bolsonaro, por outro lado, veem a campanha como um gesto de solidariedade e resistência política. Muitos acreditam que as condenações do ex-presidente são perseguições judiciais e, por isso, se mobilizaram para ajudá-lo financeiramente.
A arrecadação de recursos por meio de doações populares tem se tornado uma estratégia comum entre políticos no Brasil, especialmente em momentos de crise jurídica ou financeira. No caso de Bolsonaro, a mobilização reflete o apoio fiel de sua base eleitoral, mesmo após sua saída do cargo mais alto do país.
Enquanto isso, Bolsonaro segue atuando politicamente, participando de eventos e discutindo estratégias para as eleições municipais de 2024. Apesar de inelegível, ele ainda exerce forte influência dentro da direita brasileira e do Partido Liberal (PL).