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Mães de crianças neurodivergentes enfrentam luta diária por direitos e dignidade em Sete Lagoas
Em pleno mês da Luta Antimanicomial, mães denunciam invisibilidade, falta de acesso a diagnóstico e precarização dos serviços públicos
Por Administrador
Publicado em 15/05/2025 10:07 • Atualizado 15/05/2025 11:51
Saúde

Mães de crianças neurodivergentes enfrentam luta diária por direitos e dignidade em Sete Lagoas

 Em pleno mês da Luta Antimanicomial, mães denunciam invisibilidade, falta de acesso a diagnóstico e precarização dos serviços públicos

Sete Lagoas (MG) – No contexto do Dia Nacional da Luta Antimanicomial, celebrado em 18 de maio, mães de crianças neurodivergentes vêm a público denunciar a dura realidade enfrentada diariamente para garantir os direitos básicos de suas filhas e filhos. Na última Quarta-feira (14), em um evento Audiência Publica na Câmara Municipal de Sete Lagoas contou com a participação de estudantes de Direito da Unifemm, a acadêmica Rute Alves conhecida como "Rutinha"emocionou o público ao compartilhar seu relato pessoal, que ecoa a voz de muitas famílias invisibilizadas pelo Estado.

“Hoje não estou aqui como profissional de saúde. Estou aqui como mãe e acadêmica de Direito, para denunciar a negligência com as nossas crianças neurodivergentes”, afirmou Rute. Ela revelou ter arcado com mais de R$ 3 mil em exames para diagnóstico do filho, após o Sistema Único de Saúde (SUS) não oferecer os procedimentos necessários. “Quantas famílias têm condições de pagar por isso?”, questionou. Rute Alves 

A ausência de políticas públicas efetivas, a falta de especialistas, as filas intermináveis para consultas e o excesso de medicalização sem acompanhamento psicológico ou pedagógico adequado são apenas alguns dos problemas enfrentados.

“A criança é medicada sem acolhimento, sem escuta, sem alternativas. Isso também é uma forma de manicômio, um manicômio invisível, sustentado pelo abandono”, denunciou.

A precarização dos serviços públicos também se estende às escolas. “As instituições de ensino ainda veem essas crianças como problema, não como sujeitos de direito”, afirmou Rute. Ela defende um modelo de cuidado integral e intersetorial, que envolva saúde, educação e assistência social, com profissionais capacitados e estrutura adequada.

A fala de Rute expõe uma ferida social que não pode mais ser ignorada. Em um sistema que continua a falhar com as infâncias neurodivergentes, mães como ela transformam a dor em luta, exigindo visibilidade, respeito e políticas públicas de verdade.

A Agência de Notícias RMBH segue acompanhando de perto esse debate e reforça a importância de dar voz às famílias que lutam diariamente por dignidade, justiça e inclusão.

Por Agência de Notícias RMBH
reportagem colaborativa e popular, com voz para quem é silenciado

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