Motoristas da Educação de Sete Lagoas Denunciam Condições Precárias e Pedem Valorização da Categoria
Por Agência RMBH – 29 de maio de 2025
Sete Lagoas – Uma carta aberta enviada ao secretário municipal de Educação, Fernando Campos Abreu Júnior, escancarou a indignação e o cansaço dos motoristas da Secretaria Municipal de Educação de Sete Lagoas diante das condições de trabalho que consideram precárias, desiguais e desrespeitosas. O documento, assinado por Marlon Bruno de Jesus Barbosa, servidor efetivo do município, reúne críticas contundentes, propostas concretas e um apelo por respostas imediatas da gestão.
A carta detalha uma série de reivindicações históricas da categoria, incluindo revisão salarial, pagamento de diárias, adicional noturno, melhores condições de trabalho e até a regularização do uso de motocicletas, hoje feitas de forma ilegal por motoristas que não têm essa atribuição contratual. O autor também sugere a criação do cargo específico de “motorista escolar”, reconhecendo a complexidade da função que envolve o transporte diário de crianças, inclusive com necessidades especiais.
> “Executamos uma das funções mais sensíveis da educação pública: transportar vidas. Merecemos ser tratados com respeito e reconhecimento”, afirma Marlon no texto.
Entre as denúncias, destacam-se relatos sobre a superlotação das garagens, ausência de estrutura básica como marmiteiros e bebedouros, além do uso de veículos antigos e mal conservados, como as kombis fora das normas do Contran.
A carta também revela que motoristas vêm sendo obrigados a pagar do próprio bolso consertos de veículos públicos após pequenos acidentes, por conta de seguros inadequados ou franquias incompatíveis com os salários.
"Diante da falta de resposta ao longo dos anos, Marlon é totalmente contra uma medida polêmica a terceirização do transporte escolar, passando a responsabilidade para uma empresa especializada, o que – segundo ele – poderia melhorar a gestão, modernizar a frota e assegurar os direitos dos trabalhadores." Marlon enfatiza que é totalmente contrário.
A proposta cita inclusive o projeto de lei federal (PL 820/2023), que estabelece um piso nacional de R$ 3.200 para motoristas escolares, e o PLP 141/2024, que pode tirar esses contratos do limite de gastos com pessoal estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Pedido de Resposta
Ao final da carta, Marlon (motorista) solicita um parecer formal da secretaria no prazo de 30 dias, abrindo diálogo com a gestão. Ele ressalta que fala em nome próprio, mas com o apoio dos colegas, e que os motoristas que assinam o anexo apenas confirmam a veracidade dos fatos relatados.
> “Não queremos confronto, queremos respeito. Queremos servir à população com dignidade”, conclui.
A reportagem da Agência RMBH entrou em contato com a Secretaria Municipal de Educação e aguarda posicionamento oficial sobre os pontos apresentados na carta.
Documentos A carta completa pode ser acessada no site da Agência RMBH ou solicitada via e-mail.