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DATA: 01/06/2025
Médicos são presos após amputarem perna errada de idosa de 85 anos em hospital de MG
Um grave erro médico resultou na amputação da perna saudável de uma idosa de 85 anos em um hospital particular de Belo Horizonte. Dois médicos e um anestesista foram presos pela Polícia Civil nesta segunda-feira (26/05) sob acusação de lesão corporal grave e fraude processual. O caso, que chocou a comunidade médica e a população, expõe falhas críticas no protocolo de segurança cirúrgica.
Como o erro aconteceu
De acordo com o delegado responsável, a paciente foi internada para amputação da perna direita, infectada por uma doença vascular. Porém, a equipe cirúrgica não realizou a conferência pré-operatória obrigatória (*checklist*), resultando na remoção da perna esquerda saudável. O erro só foi percebido após a cirurgia, quando a família questionou a bandagem no membro incorreto.
Tentativa de encobrimento
Os médicos tentaram ocultar o equívoco: sugeriram à família que a perna direita (a necessária) seria amputada "em breve", alegando "complicações pós-operatórias". A fraude foi descoberta após a filha da idosa exigir a documentação médica e acionar a polícia. Laudos e prontuários foram adulterados para justificar a amputação equivocada.
Consequências e respostas
Paciente: A idosa, já frágil, enfrenta recuperação traumática e nova cirurgia para remover o membro correto.
Responsáveis: Os três profissionais responderão por lesão corporal grave (art. 129, §2º CP) e fraude processual (art. 347 CP). O CRM-MG instaurou processo ético.
Hospital: A instituição (cujo nome não foi divulgado devido à investigação) afirmou que "adotará medidas disciplinares" e revisará seus protocolos.
Posicionamento das autoridades
A Secretaria de Saúde de MG anunciou auditoria emergencial em hospitais da rede privada.
"Erros evitáveis exigem responsabilização. A vida não pode ser tratada com negligência", declarou o secretário Fábio Baccheretti.
O Conselho Regional de Medicina (CRM-MG) reforçou que o checklist cirúrgico é obrigatório desde 2015.
Repercussão nacional
O caso viralizou nas redes sociais, reacendendo o debate sobre segurança do paciente. Especialistas lembram que o Protocolo de Cirurgia Segura da OMS prevê etapas como:
1. Confirmação do paciente e do procedimento;
2. Marcação prévia do membro a ser operado;
3. Verificação coletiva da equipe.
A paciente hoje
A família busca indenização por danos morais e físicos. "Minha mãe está destruída física e emocionalmente. Exigimos justiça", desabafa a filha.
Fonte: Polícia Civil de MG, Secretaria de Saúde de MG, CRM-MG.
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NOTA DA AGÊNCIA RMBH
Este caso reforça a urgência de fiscalização rígida nos protocolos de saúde. A RMBH seguirá apurando desdobramentos.