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Política Racial Não é Favor, É Direito: COMPIR e o Povo no Controle
Por Administrador
Publicado em 26/06/2025 20:01 • Atualizado 27/06/2025 21:58
Vozes Em Movimento: Notícias das Periferias

️ Artigo de Opinião | Agência de Notícias RMBH

Coluna: Vozes em Movimento

Sete Lagoas, 26 de junho de 2025

Política Racial Não é Favor, É Direito: COMPIR e o Povo no Controle

✍️ Por Rute Alves de Lima

Em um país marcado por séculos de exclusão, a política de promoção da igualdade racial não pode ser tratada como concessão ou assistencialismo. Ela é fruto da luta do povo negro organizado, das comunidades tradicionais e da militância que se recusa a aceitar o racismo como destino. Nesse contexto, o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (COMPIR) de Sete Lagoas cumpre um papel estratégico: é um espaço institucional onde as vozes historicamente silenciadas passam a construir, fiscalizar e propor políticas públicas de reparação e equidade racial.

Mas um conselho só tem força quando é ocupado. Quando a sociedade civil se engaja, participa e compreende que esse não é um lugar de elite — é um lugar do povo. Um exemplo disso é a recente habilitação de Marlon Mariell Martins para concorrer como suplente da sociedade civil no COMPIR. Militante das causas negras, comunicador popular e fundador da Agência de Notícias RMBH, Marlon carrega na voz a vivência das periferias e na atuação política o compromisso com a transformação coletiva.

Sua habilitação, publicada no Diário Oficial do Município em 25 de junho de 2025, é uma conquista que simboliza resistência e representatividade. Marlon não chega sozinho. Chega com as memórias de quem luta contra o racismo, com a experiência de quem denuncia desigualdades todos os dias e com o compromisso de fazer do COMPIR uma trincheira de luta política concreta.

Aproveitamos este momento também para agradecer a todos os conselheiros e conselheiras que, de forma voluntária, doam seu tempo, suas vozes e seus saberes à construção de uma Sete Lagoas mais plural, mais antirracista e mais justa. Quem se dispõe a participar de um conselho sabe o peso dessa responsabilidade — e mesmo assim, segue firme, por entender que transformar não é fácil, mas é necessário.

Convidamos a população a conhecer o COMPIR. A participar das reuniões abertas, acompanhar as ações, cobrar a efetivação das políticas deliberadas. Não é papel exclusivo do movimento negro ocupar esses espaços — é dever de todos os que acreditam na justiça racial.

Porque política racial não é favor — é direito. E conselho é controle social. O COMPIR é nosso. É do povo. E não vai mais ser ignorado.

Por Rute Alves de Lima

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Sete Lagoas/MG

 

 

 

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